Evento faz parte do ranking nacional e abre caminho para o Mundial da categoria Se o esporte tem o poder de resgatar a confiança e abrir c...
Evento faz parte do ranking nacional e abre caminho para o Mundial da categoria
Se o esporte tem o poder de resgatar a confiança e abrir caminhos, a união com a prática pedagógica pode ser ainda mais transformadora. Um exemplo disso dentro da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) é a professora da rede pública de ensino Aline Furtado, 40 anos, que neste fim de semana compete na primeira etapa da Copa Brasil de Paracanoagem.
Servidora da secretaria desde 2007, Aline começou a jornada como atleta em 2021. Para ela, além da autoaceitação e da abertura de possibilidades, a canoagem teve um impacto significativo na prática como educadora. Aline destaca que, para além do conteúdo programático, outro aspecto fundamental da educação é a função integrativa e societária.
A professora ressalta que é preciso ensinar às crianças que elas são muito maiores que a própria deficiência. “Quando a gente associa esporte e educação para crianças deficientes, é a abertura de um novo mundo. Infelizmente, ainda é comum que as pessoas enxerguem a deficiência como incapacidade e fechamento de portas. É preciso romper com essa cultura enraizada”, reforça a educadora.
Quando a gente associa esporte e educação para crianças deficientes, é a abertura de um novo mundo”
Para conciliar a vida de esportista com a de educadora, Aline encontrou um ponto de harmonia entre as salas de aula e as canoas. Atualmente a professora atua na comissão gestora da Coordenação Regional do Plano Piloto, área da SEEDF responsável por supervisionar e orientar o ensino de toda a região.
Nascida em Brasília, Aline é paciente do Hospital Sarah Kubitschek há 23 anos, desde que sofreu um acidente veicular que provocou uma lesão medular e resultou em paraplegia incompleta, condição quando há perda parcial da força nos membros.
A atleta relata que se desligou de diversas atividades e passou por um momento muito frustrante na vida, até que a paracanoagem foi sugerida e encorajada pelos profissionais do hospital. A atleta diz que a identificação como pessoa com deficiência (PcD) não foi imediata. A canoagem representou, portanto, esse processo de autoconhecimento e de abertura para o mundo, em termos de possibilidades.
“Eu não me via como uma pessoa com deficiência. A canoagem foi muito importante para mim nesse sentido. Primeiro para o entendimento das minhas limitações, mas isso não me define”, pontua Aline.
Desde 2021, quando se encontrou como atleta, a servidora se aprimora cada vez mais na modalidade e no mesmo ano conquistou o segundo lugar no seu primeiro campeonato brasileiro. Aline também tem no currículo esportivo disputas no cenário internacional, tendo participado de competições sul-americana, pan-americana e no Mundial realizado na Alemanha no ano passado.
Copa Brasil de Paracanoagem
Neste fim de semana, a servidora disputa a Copa Brasil de Paracanoagem, competição que abre o calendário nacional da modalidade, e será realizada no sábado (2) e no domingo (3), no Parque Deck Norte. Além de fazer parte do ranking nacional, a etapa disputada no DF é qualificatória para o Mundial de Paracanoagem, que ocorrerá em maio, em Szeged, na Hungria.
O evento é organizado pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), com apoio da da Secretaria de Esporte e Lazer do DF (SEL-DF), do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e em parceria com a Federação Brasiliense de Canoagem.
Com informações da Secretaria de Educação
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