José Françualdo foi assassinado em 27 de novembro do ano passado. No mesmo dia, ele convocou uma reunião e fez um churrasco para tratar so...
José Françualdo foi assassinado em 27 de novembro do ano passado. No mesmo dia, ele convocou uma reunião e fez um churrasco para tratar sobre questões financeiras da loja
As reuniões ao final do mês eram de praxe e funcionavam como uma espécie de fiscalização do núcleo financeiro da empresa. Há cerca de seis meses, o agente desconfiou de um suposto desvio de dinheiro por parte dos funcionários e chegou a desabafar com um dos familiares. Braço-direito de Françualdo, Manelito de Lima Júnior, preso pelo assassinato do patrão, era quem cuidava do financeiro: sacava dinheiro e efetuava pagamentos. “Ele chegava a guardar em casa cerca de R$ 150 mil da loja. Era uma pessoa de extrema confiança”, disse, ao Correio, José Wagner, um dos irmãos de Françualdo.
Para o irmão, Manelino, Daniel Amorim Rosa de Oliveira e Felipe Nascimento dos Santos, todos funcionários, souberam que Françualdo havia descoberto os desvios e se associaram para ceifar a vida do patrão. No dia do crime, em 27 de novembro, o agente convocou a reunião na chácara em que morava, em Águas Lindas, e chegou a fazer um churrasco para receber os empregados. Em um sobrado da residência, um deles sacou a arma e efetuou quatro disparos contra a vítima, sendo um tiro nas costas e três no peito, segundo as investigações.
De acordo com a apuração policial, Daniel e Felipe ficaram encarregados de desovar o corpo em uma estrada de terra, na área rural de Cocalzinho de Goiás, e, depois, queimá-lo. Manelito permaneceu na casa, limpou toda a cena do crime para não deixar nenhum vestígio e saiu levando um colar, uma pulseira de ouro e a pistola da vítima
Buscas
As investigações constataram que tudo foi articulado previamente pelos criminosos. Uma das pessoas suspeitas de participação no homicídio é Deivid Amorim Rosa, irmão de Daniel, e Marinalda Mendes, mulher de Manelito. A mulher teria auxiliado na queima do veículo da vítima.
Dias depois, policiais e bombeiros encontraram o boné da vítima com a logo do sistema penal em um córrego de Planaltina de Goiás. O objeto também teria sido “plantado” pelos executores para despistar a polícia.
Após cometerem o crime, os acusados continuaram a trabalhar normalmente e Manelito se mudou de Águas Lindas para o DF, o que chamou a atenção da família. O irmão de Françualdo conta que o agente mantinha uma amizade de mais de 15 anos com Daniel e Manelito. “Ele confiava mais neles do que em nós (irmãos). A gente não consegue acreditar que eles foram capazes disso.”
A reportagem conversou com a advogada de Manelito e Daniel. Tereza Jacinto diz ter acesso ao processo para se manifestar, mas que requereu que os dois fossem transferidos ao presídio estadual da cidade por questões de segurança.
Com informações do CB
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