Movimentos populares criticam GDF por falta de divulgação para etapas regionais e Distrital Movimentos populares organizaram a Conferência...
Movimentos populares criticam GDF por falta de divulgação para etapas regionais e Distrital
Movimentos populares organizaram a Conferência Livre da Juventude do Distrito Federal, com o objetivo de discutir os 11 eixos do Estatuto da Juventude, a partir das demandas levantadas pelos jovens na Capital. O evento aconteceu no Teatro dos Bancários nesta sexta-feira (20) e contou com a presença de jovens de diferentes movimentos, coletivos, parlamentares e representantes do governo federal.
“No decreto da conferência a gente já prevê a etapa livre justamente para possibilitar que a sociedade civil possa debater sobre assuntos que a gente talvez não tenha previsto. Inclusive sobre temas que tocam a sua realidade local”, afirmou na abertura do evento, Jessy Dayane Silva Santos, secretária adjunta da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que ainda elogiou a iniciativa dos movimentos sociais do DF.
Também esteve presente o diretor de Articulação e Fomento de Programas e Projetos de Juventude da SNJ, Guilhermes Rodrigues, que fez questão de reforçar a importância da conferência livre para “qualificar o debate”. “A gente sabe das dificuldades da Juventude aqui no DF e essa conferência livre reafirma o reconhecimento que a SNJ tem sobre a importante para um qualificado que será levado para a Conferência Nacional da Juventude, que acontece em dezembro”, destacou Rodrigues.
A violência contra a juventude negra também foi um dos temas abordados durante a Conferência. "A gente tem no Brasil números alarmantes de mortes da juventude negra e isso afeta a gente em diversos fatores. Por isso, no âmbito do governo temos articulado entre diversos ministérios, diversas políticas com o objetivo de reconstrução do país. Para que isso aconteça é importante que a juventude esteja disposta a debater e levantar as demandas, como estamos vendo aqui”, avaliou Vinicius Machado, coordenador-geral de Promoção de Direitos da População Negra, da Secretaria de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O deputado distrital Chico Vigilante (PT) também esteve presente e aproveitou sua fala para pedir 1 minuto de silêncio pelas vítimas civis, em sua maioria crianças e adolescentes, do que classificou como “massacre de Gaza”. “Nao é possível que a humanidade fique assistindo passivamente que a juventude de Gaza seja massacrada”, desabafou Vigilante. Segundo ele, é importante a juventude mobilizar para o enfrentamento da extrema direita pelo mundo.
Já o deputado distrital Gabriel Magno (PT) focou suas críticas ao governo do Distrito Federal, inclusive por não incluir a juventude organizada a partir dos movimentos sociais na organização das conferências regionais e distrital. “Aqui no DF a nossa agenda não é apenas de reconstrução como estamos fazendo a nível nacional, mas da residência de um governo que colocou o Distrito Federal à venda, que nega a participação e dificuldade inclusive a realização da etapa distrital da conferência da juventude”, afirmou Magno.
Conferência Livre
De acordo com uma das organizadoras da Conferência Livre, a estudante Sofia Cartaxo, militante do Levante Popular da Juventude, a ideia do evento foi possibilitar a aplicação do debate que foi muito prejudicado nas conferências regionais do DF. “A organização dessa etapa foi muito desorganizada e com agendas divulgadas em cima da hora para comprometer a participação popular. Por exemplo, não tivemos etapas aqui no Plano Piloto ou em Samambaia”, destacou Sofia.
De acordo com a estudante, o intuito da conferência livre foi justamente incentivar a juventude a elaborar, formular propostas seguras e participar da Conferência Distrital, que será no dia 27 de Outubro.
Após a abertura, ocorreu a discussão em separado de 11 eixos temáticos: Direito à Cidadania, à Participação Social e Representação Política Juvenil; Direito à Educação; Direito à Profissionalização, ao Trabalho e à Renda; Direito à Diversidade e à Igualdade; Direito à Saúde; Direito à Cultura; Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão; Direito ao Desporto e ao Lazer; Direito à Sustentabilidade e ao Meio Ambiente; Direito ao Território e à Mobilidade e Direito à Segurança Pública e ao Acesso à Justiça.
Outro organizador do evento foi Gabriel Barros, do movimento Kizomba e Juventude do PT. “A gente observou que a partir das diretrizes do governo federal em vários estados houve um processo muito democrático de organização das primeiras etapas das conferências, mas aqui no DF não houve qualquer diálogo com a juventude e em cima da hora”, narrou Gabriel, acrescentando que "faltou divulgação e comprometeu a participação e por isso fizemos este evento para qualificar esse processo”.
Governo do DF
O governo, por meio de nota da Subsecretaria de Relações com a Imprensa, informou que a Secretaria da Família e Juventude do DF seguiu “o rito de consulta e participação de jovens, estudantes do ensino médio da rede pública de oito regiões administrativas com cronograma divulgado em Diário Oficial”. Ainda segundo a nota, os eventos foram divulgados nos canais de comunicação oficiais como o site da SEFJ, assim também no veículo de comunicação governamental, como a Agência Brasília e repercutido em outros sites de comunicação.
A Subsecretaria de Relações com a Imprensa informou ainda que ao término das conferências regionais, a Secretaria deu início à etapa da Conferência Distrital “também com divulgação em seus meios de comunicação oficiais”.
De acordo com o governo, a Conferência Distrital da Juventude acontecerá no dia 27 de outubro, às 13h, no auditório da Sede da Secretaria de Estado da Família e Juventude, (Setor Comercial Sul – Edifício Luiz Carlos Botelho Quadra 4, Bloco A, 5 andar, Asa Sul). Na ocasião, serão eleitos os 16 representantes do DF para a Conferência Nacional de Juventude que ocorrerá de 14 a 17 de dezembro de 2023, em Brasília.
Com informações do Brasil de Fato
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