Programação inciou nesta sexta (13) e segue até terça (17) com atividades formativas e culturais Jovens camponeses de todo país e de paíse...
Programação inciou nesta sexta (13) e segue até terça (17) com atividades formativas e culturais
Jovens camponeses de todo país e de países da América Latina se reuniram em Brasília nesta sexta-feira (13) para a abertura do Acampamento da Juventude em Luta, por Terra e Soberania Popular. O evento acontece no Ginásio Nilson Nelson e conta com programação até a próxima terça-feira (17).
"Este acampamento construído a muitas mãos, com a presença de diversas organizações que compõem a Via Campesina, que compõem a juventude da classe trabalhadora, a juventude urbana e que nesse momento marca um momento único para nós que somos jovens. Este acampamento é a cara daquilo que nós fazemos diariamente, conteúdo político, formativo e organizativo porque a gente tem uma programação que inicia com a nossa mística de abertura no dia de hoje com uma conjuntura para debater os desafios que nós temos”, afirmou durante a abertura do evento Renata Menezes, coordenadora de juventude do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e integrante da articulação de jovens da Via Campesina Brasil.
A coordenadora do MST ainda destacou que os jovens vivem um contexto de crise ambiental com consequências trágicas, como o adoecimento. “A gente sabe que para combater a fome é preciso construir reforma agrária, é preciso a demarcação das terras indígenas, é preciso ter a regularização das terras quilombolas e é preciso o investimento na agricultura familiar para que a juventude permaneça no campo”, acrescentou Renata.
Um dos objetivo do Acampamento que reúne mais de 2 mil jovens de 22 estados brasileiros é potencializar a plataforma de lutas da juventude do campo, das águas e das florestas, por isso, a programação com mesas que debatem a conjuntura política nacional e global, a questão feminista e antirracista. Também participam da atividade jovens de países como Venezuela, Cuba, Equador e Colômbia.
“Nosso objetivo é de denunciar os crimes cometidos pelo capitalismo, em diálogo com a sociedade e conformar essa unidade enquanto juventude do campo brasileiro, fortalecer e massificar a nossa pauta e afirmar uma plataforma de lutas da juventude camponesa”, defendeu Daniel Souza, coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e também integrante da articulação de jovens da Via.
O que tá rolando no mundo e o que temos haver com isso?
Ainda na tarde desta sexta, aconteceu foi realizada uma análise de conjuntura Nacional e Internacional com o tema 'O que tá rolando no mundo e o que temos haver com isso?' com a participação de Gilmar Mauro (MST/Via Campesina), Daiane Araújo (UNE) e Danielle Moraes (Criola).
"As lutas atuais se constroem não só em torno de poder, mas continua em torno de território, continua em torno de terra, continua em torno de uma necropolítica de decidir quem é que morre e como morre, quem mata e quem tem poder de matar ou de deixar morrer, que vai chegar em todos os lugares onde existem populações vulneráveis", observou a articuladora política da ONG Criola, Danielle Moraes.
Ainda em sua apresentação, ela falou sobre o genocídio promovido por Israel contra a Palestina. "Não obstante agora em Israel, existe a tentativa de uma oposição de um poder autocrático, onde a tentativa de tirada de poder da Suprema Corte está dando amplos poderes a quem manda de fato no país e como isso se espraia para conflitos internacionais que vão ter apoio de outros países, Estados Unidos, Inglaterra e todo esse contexto de violência que mata a gente, que mata lá, mata na África, mata no Brasil, mata em tantos outros lugares".
Vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Dayane Araújo, falou sobre hegemonia, disputa do imperialismo e a reorganização das novas potências mundiais. "Nós que somos jovens, crescemos, nos organizamos, vivenciamos o último período no nosso país, que foi um período muito difícil. Desde 2016 vivemos um golpe que retirou muitos direitos. A vitória política com a eleição do Lula foi graças à organização popular e articulação dos movimentos e organizações populares, inclusive com outros setores da sociedade democrática e progressista, que fizeram com que hoje a gente se reposicionasse na luta política. Estamos fazendo aqui um debate político programático, com as propostas da juventude para a reconstrução do Brasil, porque se estivéssemos no governo Bolsonaro a gente ia tá falando de como combater o fascismo, que ainda está presente na sociedade, mas estaríamos falando de outros processos em um sentido mais defensivo", afirmou.
Crises afetam principalmente a juventude
"Vivemos um momento de crises que se conjugam, é um crise econômica com um agravante social brutal, que se articula com uma crise ambiental, mas também com uma crise política, uma crise ética de sociabilidade. É a conjunção de várias crises provocadas por uma única razão, a ordem capitalista de produção. Essas crises, principalmente nos seus impactos sociais, afetam grande parte da população do planeta dos mais de 8 bilhões de habitantes que existem hoje, mas muito especialmente a juventude. Por quê? Porque uma parte muito pequena, um percentual muito pequeno de grandes capitalistas talvez 1% deles detenham a maior parte da renda e da riqueza planetária", afirmou Gilmar Mauro, do MST e Via Campesina.
Gilmar Mauro destacou ainda os efeitos da crise ambiental, da agricultura 'predatória', do envenenamento das águas com agrotóicos e o problema da fome no Brasil. "A maioria dos desempregados, crianças, adolescentes que passam fome cotidianamente, que não tem o que comer, que não tem nutrição, é uma geração condenada, física e psicologicamente, por não se alimentar adequadamente. E tem gente que pede paciência pra nós, pro povo".
O dirigente do MST criticou ainda a defesa de um 'capitalismo verde', regulado. "O coração do capital é produção de lucro. E para produzir lucro ele precisa transformar tudo e todos em mercadoria permanentemente, extraindo matéria-prima e devolvendo lixo para a natureza. E produzindo um monte de mercadoria com prazo de validade pré determinado, que quinquilharias. O capitalismo é irreformável do ponto de vista econômico, social, político e ambiental", analisou.
A mesa de análise de conjuntura nacional e internacional abriu as plenárias do Acampamento que vão tratar ainda sobre os seguintes temas: Patriarcado, racismo e a construção de relações humanas emancipadas, Nossa luta é internacional: Depoimentos das delegações!
Acampamento
A programação do Acampamento da Juventude contará com um conjunto de debates em plenária, atividades formativas como rodas de conversas e oficinas. Além destes espaços, também acontece a Mostra de Produção da Juventude, com produtos de todas as regiões do país, e o Festival da Juventude.
Até o momento, as noites do Acampamento contarão com as presenças de Casa de Laffond, AQNO, Nego Bala e MC Zezinho, Victor Baliane, Khalla Drag, DJ Ladeira, Direito ao Delírio, DJ Odara Kadiegi, GOG, Bixarte, Doralyce, Veneno H2, Dree-k, Viela 17, Thabata Lorena, Boi Mangá, Cantos da Amazônia, Trio Pé de Serra Dona Flor, As Fulô do Cerrado Coletivo Rimarte e Slam. Confira a programação do Festival detalhada abaixo.
:: Diversidade: Acampamento Nacional 'Juventude em Luta' divulga programação cultural ::
Programação completa
Sexta-feira (13/10)
20h às 23h30 – Festival da Juventude | 40 anos de Hip Hop no Brasil: Coletivo Rimarte, Veneno H2, Nego Bala e Mc Zezinho, Dree-k, Thabata Lorena, Viela 17 e Rapadura
Sábado (14/10)
7h – Café da Manhã
8h – Mística e Animação / Nossa luta é internacional: Depoimentos das delegações!
9h – Patriarcado, racismo e a construção de relações humanas emancipadas
12h – Almoço
14h às 17h30 – Rodas de Conversas
17h30 – Abertura da Mostra de Produção da Juventude
19h – Jantar
20h às 00h – Festival da Juventude | Sarau Rebeldia para lutar, viver e amar!: Slam, Casa de laffond (Vogue), Victor Baliane e Khalla drag, AQNO, DJ Ladeira e Direito ao Delírio
Domingo (15/10)
7h – Café da Manhã
8h – Mística e Animação / Nossa luta é internacional: Depoimentos das delegações!
09h – Juventude, arte e cultura na disputa das ideias!
12h – Almoço
15h às 17h30 – Oficinas
17h30 – Mostra de Produção da Juventude
19h – Jantar
20h – Festival da Juventude: Boi Mangá, Cantos da Amazônia, Trio pé de serra dona flor, As Fulô do Cerrado
Segunda-feira (16/10)
7h – Café da Manhã
8h – Mística e Animação / Nossa luta é internacional: Depoimentos das delegações!
09h – A Juventude e a luta ambiental: por terra e soberania popular estamos aqui!
12h – Almoço
14h às 17h30– Oficinas
17h30 – Mostra de Produção da Juventude
19h – Jantar
20h – Conferência Livre dos Povos do Campo, das Águas e das Florestas (Ato Político)
Festival da Juventude: DJ Odara Kadiegi, Gog, Bixarte e Doralyce
Terça-feira (17/10)
7h – Café da Manhã
8h – Mística e Animação / Nossa luta é internacional: Depoimentos das delegações!
Plantio de Árvores e Solidariedade
12h – Almoço
14h – Encerramento
Com informações de Mateus Quevedo, Julia Martins e Yago Monteiro.
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