Não é raro vermos campanhas lideradas pelos bancos de sangue, que esperam sempre contar com a solidariedade da população para abastecer os...
Não é raro vermos campanhas lideradas pelos bancos de sangue, que esperam sempre contar com a solidariedade da população para abastecer os estoques
Junho é o mês mundial da doação de sangue e, por isso, é chamado de "Junho Vermelho". No Brasil, 3,5 milhões de pacientes precisam de transfusões todos os anos, mas menos de 2% da população tem por hábito doar sangue, porcentagem inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - que é de, no mínimo, 3%.
Pode parecer clichê, mas o sangue realmente salva vidas. Transplantes de órgãos, atendimentos de emergência, transfusões (inclusive em pacientes oncológicos) e procedimentos cirúrgicos, salvando pacientes vítimas de acidentes, com quadro de anemia crônica, febre amarela e complicações da dengue. Enfim, ele é fundamental em várias etapas da vida humana e as equipes médicas dependem das doações para garantir o sucesso desses procedimentos considerados complexos.
Mas os desafios são grandes. Não é raro vermos campanhas lideradas pelos bancos de sangue, que esperam sempre contar com a solidariedade da população para abastecer os estoques, quase sempre baixos. Em determinados momentos - como feriados e dias em que as temperaturas caem - é mais difícil ainda pelo fato de as pessoas viajarem ou simplesmente não saírem de casa nos dias frios, ou ainda griparem, ficando impedidas de ir até um hemocentro para doar sangue.
Embora tão importante quanto, outro fator que reduz as doações é a imunização. Dependendo da vacina, o doador vai precisar de um tempo maior de intervalo para fazer a doação. Nem todo mundo sabe, mas o ato de doar sangue pode salvar até quatro vidas. Porém, no Brasil, há apenas 14 doadores regulares de sangue para cada 1 mil brasileiros.
O corpo humano tem, em média, cinco litros de sangue. Cada voluntário chega a doar cerca de 450 mililitros (ml). Parece muito, mas o corpo recupera o sangue doado em pouco tempo. Em geral, após 24 horas o doador está completamente recuperado e pode voltar a fazer exercícios e ter uma vida normal.
Os hemocomponentes do sangue são obtidos após a centrifugação. O sangue total é classificado em fresco e estocado. O fresco é aquele que foi coletado em até oito horas, mantido em temperatura ambiente. O concentrado de hemácias dura, em média, 35 dias. Já as plaquetas duram somente cinco dias depois do fracionamento em temperatura ambiente. Pelo fato de durarem pouco, muitas vezes são as mais necessárias. O plasma fica congelado e pode durar até um ano.
Considerado um procedimento simples, rápido e seguro, a doação de sangue elimina qualquer possibilidade de contaminação, já que nenhum material usado na coleta é reutilizado.
Para os especialistas na área de saúde, faltam políticas públicas, faltam hemocentros ou postos especializados, faltam também equipamentos e investimento em insumos. Enfim, sem uma cultura da doação de sangue que possa ser incorporada às práticas sanitárias de todos os estados brasileiros, fica cada vez mais difícil contar apenas com a solidariedade e o altruísmo de alguns poucos brasileiros.
Com informações do CB
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