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Com participação da comunidade do Guará, CLDF debate projeto de concessão do Cave

Personalidades da cidade se manifestaram a favor da manutenção do Cave como espaço público e entoaram o coro "o Cave é nosso" A Câ...

Personalidades da cidade se manifestaram a favor da manutenção do Cave como espaço público e entoaram o coro "o Cave é nosso"

A Câmara Legislativa debateu, em audiência pública na noite desta quarta-feira (21), o projeto de concessão do Complexo Esportivo e de Lazer do Guará (CAVE) com moradores da cidade e representantes do governo. Segundo a mediadora do encontro, deputada Dayse Amarilio (PSB), o Cave é um “patrimônio da cidade” e, portanto, a comunidade deseja saber “o que o governo está planejando” com relação ao complexo. 

Moradora do Guará, a parlamentar apresentou um vídeo demonstrando a importância do Cave. Inaugurado em 1978, o complexo abriga espaços culturais e esportivos, como o estádio de futebol, o Teatro de Arena, a pista de bicicross, o skate parque, a quadra de areia, o Centro de Convivência do Idoso (CCI) e a Praça da Cultura, entre outros usos. 

“Entregar um patrimônio como o Cave é grave”, avaliou o deputado Max Maciel (PSOL), que criticou a perda de espaços públicos culturais ao longo dos anos. “Nosso compromisso é permanecer firme e forte pela permanência do que é nosso”, enfatizou.

“O Cave é nosso”

Moradores do Guará entoaram “o Cave é nosso” diversas vezes durante o evento. Personalidades da cidade se manifestaram a favor da manutenção do Cave como espaço público, a exemplo do cantor Genival Oliveira Gonçalves, mais conhecido como Gog. Ele criticou a possibilidade de privatização do complexo, o qual ele classificou como “espaço de oxigenação” e “uma clave de sol que precisa brilhar”. 

Do mesmo modo, a produtora cultural, Ligia Bezerra, mais conhecida como Lola, disse que a possibilidade de uma Parceria Público-Privada (PPP) acendeu um alerta para a comunidade, unida pelo “sentimento de pertencimento”. Professora de capoeira no complexo, Lola narrou que, rotineiramente, os guaraenses usam o Cave, embora haja uma situação de abandono pelo poder público. Ela sugeriu um estudo de impacto de vizinhança sobre o tema. 
 

 


“A história do Guará foi escrita no Cave”, reforçou o presidente do Conselho de Cultura do Guará, maestro Rênio Quintas. Ele protestou contra a decisão governamental de “colocar o Gave à venda”, sem qualquer consulta à população local ou ao conselho de cultura. “Nós nunca paramos de usar o Cave; foi o governo que nos abandonou”, lamentou, ao pontuar a falta de manutenção na estrutura do complexo. 

No mesmo sentido, o presidente do Conselho de Cultura do DF, Wellington Rocha, solicitou ao governo que retire a proposta de privatização do Cave, por ser um “espaço afetivo de memória”. 
Vários moradores defenderam o complexo, como o líder comunitário do Guará, Joel Rodrigues, e a presidente da Associação dos Idosos do Guará, Maria do Socorro Rodrigues, que descreveu a relevância do Centro de Convivência do Idoso (CCI) como espaço de encontro do segmento. 
Projeto do Cave

 


Em nome do GDF, o subsecretário de Estruturação e Gestão de Projetos da Secretaria de Projetos Especiais, Danilo Ricardo Moura, apresentou o projeto do Cave, que teve início em 2016, e foi retomado pelo atual governo. Segundo Moura, o projeto de estruturação com vistas à concessão do Grupo de Vizinhança, do Ginásio de Esportes e do Estádio, localizados no Cave, tem por objetivo a revitalização e a manutenção dos espaços. Ele esclareceu que não se trata de uma PPP, mas de uma concessão comum, ao acrescentar que o projeto não acarretará em prejuízos das atividades culturais. 

Para a deputada Dayse Amarilio, o projeto do Cave precisa ser retificado porque há erro na questão da identificação dos lotes referentes ao complexo. Durante o debate, a distrital pediu esclarecimentos ao administrador do Guará, Arthur Nogueira, sobre o CCI. Ele respondeu que o lote deverá ser alocado para as cercanias de onde está hoje e enfatizou “os cuidados com os idosos”.

Por sua vez, o secretário adjunto de Governo do DF, Valmir Lemos, destacou que o projeto não nasceu neste governo, que tem se esforçado para dar andamento a propostas q estavam paralisadas, a exemplo do túnel de Taguatinga.

Já o chefe de gabinete da Secretaria de Esporte e Lazer do DF, Mateus Bahia, enfatizou a disposição de ouvir a comunidade do Guará, assim como o assessor da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), Alecsandro de Andrade Júnior, que lembrou a realização de audiência pública pelo governo, no mês passado, para tratar da alteração do parcelamento do Cave e do plano de ocupação. 
 

Encaminhamentos

 

 

Após diversas falas de moradores do Guará, a deputada Dayse Amaralio reforçou que o projeto do Cave não atende à comunidade. Ela sugeriu atuações da frente de trabalho junto ao Tribunal de Contas do DF, ao Ministério Público e, inclusive, uma reunião com o governador do DF, Ibaneis Rocha, para tratar do tema. Ela acrescentou que fará um requerimento de informações e esclarecimentos ao GDF sobre valores e montantes envolvidos na questão, bem como reforçou a necessidade de retificação da proposta, retirando o Teatro de Arena do projeto.

Das galerias, alunos do CED 1 do Guará acompanharam o evento, que foi transmitido ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) e YouTube, com tradução simultânea em Libras.

 Agência CLDF 

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