Considerada a maior mobilização de mulheres do campo e das cidades da América Latina, a Marcha das Margaridas chega à sua sétima edição es...
Considerada a maior mobilização de mulheres do campo e das cidades da América Latina, a Marcha das Margaridas chega à sua sétima edição este ano. Desta vez, a ação tem como lema “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver” e vai reunir milhares de mulheres do País inteiro, em Brasília, nos dias 15 e 16 de agosto. A mobilização é tema de sessão solene, no plenário da Câmara Legislativa, a partir das 19h desta sexta-feira (19).
Iniciativa do deputado Chico Vigilante (PT), a solenidade objetiva render homenagem ao movimento de mulheres, cujas ações acontecem de forma permanente nas comunidades e desembocam, a cada quatro anos, na mobilização nacional em Brasília.
“A Marcha das Margaridas é um processo de formação contínuo, incluindo o movimento nas ruas de Brasília que destaca para o governo e sociedade a pauta que as mulheres dos campos, águas e florestas necessitam para os quatro futuros anos de governo”, explica o parlamentar.
História de luta
A Marcha das Margaridas foi criada no ano de 2000, quando reuniu, de forma inédita, mais de 20 mil mulheres na capital federal. Em sua última edição, foram mais de 100 mil.
O nome da mobilização é uma homenagem à sindicalista e defensora dos direitos humanos Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983 com um tiro à queima roupa na porta de sua casa, em Alagoa Grande (PB). O crime aconteceu a mando de um proprietário rural da região, carregando uma forte conotação política.
Margarida foi uma das primeiras mulheres brasileiras a exercer um cargo de direção sindical no País. Durante o período em que comandou o sindicato de sua cidade, foi responsável por centenas de ações na Justiça do Trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar.
"Da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome": essa é uma das frases mais conhecidas da sindicalista. Foi proferida em evento no Dia dos Trabalhadores (1º de maio). Três meses depois, Margarida foi assassinada na porta de sua casa.
Realizada sempre em datas próximas à da morte da sindicalista, em agosto, a Marcha é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em parceria com entidades como a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a União Brasileira de Mulheres (UBM); o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste, o Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu, as extrativistas organizadas no Conselho Nacional das Populações Extrativistas, o Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia, entre outras.
Agência CLDF
Nenhum comentário