Esportistas como o ala de golbol Leomon Moreno, nascido em Ceilândia, e a paratenista Jade Lanai, moradora do Sol Nascente, orgulham a cap...
Esportistas como o ala de golbol Leomon Moreno, nascido em Ceilândia, e a paratenista Jade Lanai, moradora do Sol Nascente, orgulham a capital
Celeiro de atletas campeões olímpicos como Joaquim Cruz (atletismo), Paula Pequeno (voleibol) e outros, o Distrito Federal vai aos poucos brilhando também no esporte paralímpico. As ‘crias’ do DF, nascidas no quadradinho ou que adotaram a capital como local de treinamento, já são destaques no mundo do esporte em modalidades como o golbol, tênis em cadeira de rodas, paratletismo, hipismo e outras.
Levantamento feito pela Agência Brasília mostra que sete atletas candangos participaram da Paralimpíada de Tóquio, em 2021. Os que não são genuinamente filhos da capital – como a paraciclista paranaense Jady Malavazzi – vieram para o DF há várias temporadas para crescer na modalidade.
O clima agradável e a mobilidade fazem de Brasília uma boa opção. Além do que, são 12 centros olímpicos e paralímpicos (COPs) no DF e um local de excelência como o Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), mantido por associação sem fins lucrativos em parceria com a Secretaria de Educação do DF.
Personagens como as brasilienses Rayane Soares, do paratletismo, que deu seus primeiros passos na modalidade em uma estrada de barro, no Recanto das Emas; ou Jessica Vitorino, do golbol, que treina ainda hoje no COP de São Sebastião. No masculino, o paratleta Leomon Moreno, ceilandense com orgulho, alçou voos altos também no golbol e já tem no currículo três medalhas em paralimpíadas – sendo ouro, prata e bronze. Todas nas últimas edições dos jogos em Tóquio, Londres e no Rio.
Camisa 4 da Seleção Nacional, Leomon começou na modalidade influenciado pelos dois irmãos mais velhos – todos portadores de retinose pigmentar. A doença degenerativa levou o esportista à perda da visão. Estudante na adolescência do Setor Leste, na Asa Sul, Leomon mudou de cidade e hoje joga no Santos. Mas, segundo ele, o vínculo segue forte.
“Quem nasce em Brasília, acaba criando um apego grande. Aí é o meu porto seguro e sonho em voltar para a cidade. Mas, atuando no Santos tenho mais projeção e patrocínio no golbol”, explica o paratleta, que tem 29 anos. “Sou muito grato à cidade, aos meus professores, grande parte da minha família está aí em Ceilândia. E toda entrevista que dou ressalto que nasci para o esporte por aí”, diz Leomon, que já foi beneficiário do programa Compete Brasília. A iniciativa da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) paga as passagens aéreas de atletas de alto rendimento.
Em visita à capital a cada três meses, Leomon disse que tem como hobby descansar em sua chácara no Entorno e ter contato com seus bichos. “Gosto muito da área rural. Adoro montar, cuidar dos meus cavalos. Isso me faz bem”, revela.
Promessa das quadras
Da realidade à promessa, uma paratleta de 18 anos vai ganhando destaque no tênis em cadeira de rodas e se prepara para chegar ao topo. Jade Lanai, 18 anos, foi a primeira paratleta brasileira campeã de um Grand Slam na categoria juvenil. De sorriso tímido, ela carrega com muito orgulho o troféu de campeã do US Open na sua faixa etária, em 2022.
Moradora do Sol Nascente, a jovem de 18 anos é adepta das raquetes desde os oito e passa por um período de transição, chegando ao profissional. Paraplégica, Jade não tem o movimento das pernas desde os primeiros meses de vida. Para manter o bom rendimento, ela treina quase diariamente no Cetefe e no Clube das Nações. “Amo Brasília e tenho toda estrutura para treinar e crescer aqui”, adianta. “Estou treinando duro para ir aos Jogos de Paris, em 2024, e manter a tradição de ter sempre algum brasileira no tênis em cadeira de rodas”.
A rotina é dura: ela acorda às 5h30 e segue para o Plano Piloto para entrar em quadra. Finalizados os treinos e após o almoço, o destino é o CEF 5 de Brasília, onde estuda. A tenista é beneficiária do Bolsa Atleta distrital, pelo qual recebe cerca de R$ 500 mensais para ajudar no dia a dia. O maior desafio em 2023 é o Parapanamericano, em Santiago do Chile, no mês de novembro.
O esporte mudou minha vida. Quando eu era criança e me perguntavam o que eu queria ser quando crescer, eu já dizia que queria ser atleta”, ri. E, assim foi. “Uma lembrança muito boa que guardo é a dos Jogos Escolares de 2016 aqui no DF. Fui medalhista e foi lá que me descobriram”, complementa. Nas horas vagas, Jade gosta de assistir um show na Casa do Cantador, em Ceilândia (pertinho de casa) com os pais. Ou de passar uma tarde no Parque da Cidade. “E também de dar um pulo na Esplanada, ir à Catedral. A arquitetura de Brasília é linda demais”, diz.
“Temos trabalhado para garantir o fortalecimento das ações que são realizadas nos Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF. A ascensão dos alunos atletas que treinam em nossas unidades mostra que estamos no caminho certo. Outra missão é seguir apoiando os atletas da nossa cidade por meio do Compete Brasília, entre outros programas que temos na pasta. O estado tem um importante papel no que diz respeito a dar condições e oportunidades favoráveis a quem depende do benefício para competir”, afirma Renato Junqueira, secretário interino de Esporte e Lazer.
Com informações da Agência Brasília
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