Dos oito acusados de matar as companheiras, sete estão presos e um cometeu suicídio logo após o crime. Os processos correm em sigilo, segund...
Dos oito acusados de matar as companheiras, sete estão presos e um cometeu suicídio logo após o crime. Os processos correm em sigilo, segundo a Polícia Civil. Correio realiza debate nesta terça-feira (7/3) para estimular a sociedade a enfrentar esse tipo de crime
O Distrito Federal vem apontando índices alarmantes de violência de gênero. Em menos de três meses, já foram registrados oito feminicídios; o número ultrapassa os anos de 2020, 2021 e 2022 no período. Mortas pelos companheiros, Fernanda, Mirian, Jeane, Giovana, Izabel, Simone, Letícia e Rayane deixaram em luto familiares, amigos e filhos, que, no momento, se agarram na Justiça para que os acusados paguem pelo que fizeram.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os sete réus: Guilherme Nascimento Pereira, Jobervan Júnio Lopes Lima, Maxwel Lucas Rômulo Pereira de Oliveira, André Luiz Muniz dos Santos, Wellington Rodrigues Ferreira, Paulo Roberto Moreira, João Alves Catarina Neto estão presos, e respondem por violência doméstica ou familiar contra a mulher, dentro do âmbito da Lei Maria da Penha. Os processos correm em sigilo. O oitavo acusado, João Inácio dos Santos tirou a própria vida depois de cometer o crime.
Correio promove debate
Para debater os motivos dessa realidade inaceitável e formas de enfrentamento, o Correio promove, em 7 de março, das 14h às 18h, o seminário "Combate ao feminicídio: responsabilidade de todos”.
Entre as convidadas, confirmaram presença a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que vão participar da abertura; a ministra do Superior Tribunal Militar (STM) Maria Elizabeth Rocha; a juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Rejane Jungbluth Suxberger; a presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher da OAB/DF, Cristina Tubino; e a deputada distrital Doutora Jane (Agir), que também é delegada da PCDF.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, estará no encerramento.
Dois casos em um único dia
Na madrugada desta quinta, o corpo de uma mulher foi encontrado com sinais de violência em Taguatinga Norte, pela Polícia Militar. A vítima foi identificada como Letícia Barbosa Mariano. O suspeito da morte da jovem de 25 anos era o namorado dela, Guilherme Nascimento Pereira. Ele já tinha feito ameaças e Letícia tinha medida protetiva contra o rapaz. Segundo as investigações, a vítima foi espancada até a morte. O suspeito fugiu após o crime.
No Riacho Fundo 2, uma jovem de 18 anos, identificada como Rayane Ferreira de Jesus Lima, foi assassinada pelo companheiro dentro de casa. O autor do crime foi identificado como Jobervan Júnio Lopes Lima, que chegou a fugir com o filho do casal. Depois, a Polícia Civil encontrou a criança na casa do avô paterno, em Ceilândia. O homem foi preso e levado para 23ª Delegacia de Polícia. Ele já tinha passagens pela polícia, incluindo uma medida protetiva de outra ex-companheira.
No Riacho Fundo, Dioney de Andrade Miguel Cruz tentou atropelar a ex-mulher Valeriana Soares de Araújo. A vítima foi atendida pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF e apresentava quadro estável, mas com dor na perna e mal-estar. O agressor foi preso e encaminhado à 29ª Delegacia de Polícia.
Seis mortes em 45 dias
No primeiro dia de 2023, Fernanda Letícia da Silva foi estrangulada pelo companheiro, em Ceilândia. Ela já havia prestado queixa de violência física contra o agressor em março do ano passado. O crime ocorreu na festa de virada do ano e o autor foi identificado como Maxwel Lucas Rômulo Pereira de Oliveira. Ele foi preso no dia seguinte.
No dia 2 de janeiro, Mirian Nunes foi asfixiada com cinto até a morte pelo companheiro, também em Ceilândia. A jovem de 27 anos deixou um bebê de apenas 1 mês e outros dois filhos. Em novembro do ano passado, a vítima chegou a denunciar à Polícia Civil as agressões físicas e que estava sendo ameaçada de morte. O agressor André Luiz Muniz dos Santos ainda está foragido.
Em 17 de janeiro, um homem matou a ex-companheira e depois se suicidou no Park Way. Jeane Sena da Cunha Santos, de 42 anos, recebia constantes ameaças de morte antes do crime. A vítima também chegou a solicitar medidas protetivas e registrar boletim de ocorrência contra João Inácio dos Santos.
A quarta vítima de feminicídio no DF foi Giovana Camilly Evaristo Carvalho, que foi assassinada pelo marido com dois disparos de arma de fogo no dia 19 de janeiro. O crime aconteceu em Ceilândia e o autor, Wellington Rodrigues Ferreira, foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Ele se tornou réu na esfera judicial.
No dia 4 de fevereiro, a vendedora Izabel Guimarães foi baleada na frente da filha de 10 anos pelo ex-companheiro, em Ceilândia. O agressor tem registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) e foi preso depois de se apresentar à delegacia na companhia de um advogado.
A sexta vítima foi Simone Sampaio, que foi esfaqueada pelo ex-companheiro no Gama, em 13 de fevereiro. A vítima fugia do agressor, que foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal. Simone deixou três filhos.
Saiba onde e como pedir ajuda
Veja abaixo como e onde pedir ajuda no Distrito Federal em caso de violência doméstica.
Ligue 190: Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Uma viatura é enviada imediatamente até o local. Serviço disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.
Ligue 197: Polícia Civil do DF (PCDF).
E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
WhatsApp: (61) 98626-1197
Site: https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher
Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, canal da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, além de reclamações, sugestões e elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima, 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.
Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam): funcionamento 24 horas por dia, todos os dias.
Deam 1: previne, reprime e investiga os crimes praticados contra a mulher em todo o DF, à exceção de Ceilândia.
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul.
Telefones: 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673
E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br
Deam 2: previne, reprime e investiga crimes contra a mulher praticados em Ceilândia.
Endereço: St. M QNM 2, Ceilândia
Telefones: 3207-7391 / 3207-7408 / 3207-7438
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos: Whatsapp: (61) 99656-5008 - Canal 24h
Secretaria da Mulher do DF: Whatsapp: (61) 99415-0635
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT): Promotorias nas regiões administrativas do DF. Clique aqui para acessar o site.
Núcleo de Gênero: Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: 3343-6086 e 3343-9625
E-mail:pro-mulher@mpdft.mp.br
Defensoria Pública do DF: Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem)
Endereço: Fórum José Júlio Leal Fagundes, Setor de Múltiplas Atividades Sul, Trecho 3, Lotes 4/6, BL 4 Telefones: (061) 3103-1926 / 3103-1928 / 3103-1765
WhatsApp (61) 999359-0032
E-mail: najmulher@defensoria.df.gov.br
Com informações do CB
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