Jorge da Silva Pinto enfatizou que os dados sobre a ameaça de "tomada de poder" foram "reunidos e repassados para o secretá...
Jorge da Silva Pinto enfatizou que os dados sobre a ameaça de "tomada de poder" foram "reunidos e repassados para o secretário executivo”. Ele disse ainda que a inteligência não falhou
O coronel da Polícia Militar Jorge da Silva Pinto, ex-coordenador de Assuntos Institucionais da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), disse à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa, nesta quinta-feira (30), que “todas as informações” foram repassadas ao então secretário executivo, Fernando Oliveira, e compartilhada em grupo de mensagens do qual fazia parte o secretário da SSP, Anderson Torres.
Os informes, que se intensificaram a partir do dia 5 de janeiro, apontavam o risco de confronto dos golpistas com os policiais e, no próprio dia 8 de janeiros, a chegada de 126 ônibus e 2.500 “manifestantes” em Brasília. “Não sei de que forma os decisores entenderam os meus alertas”, afirmou.
Ele ainda frisou que “todos esses dados foram reunidos e repassados para o secretário executivo” e que a inteligência “com absoluta certeza” não falhou: “Não podemos nos frustrar porque nós não tomamos decisões”.
Interesse
O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), levantou a suspeita de que as falhas podem ter sido intencionais, já que os riscos eram de conhecimento dos diversos órgãos: “Coronel, pelo que o senhor está dizendo aqui, eu chego à conclusão de que aquela baderna interessava a alguém”, frisou.
Para o deputado Thiago Manzoni (PL), é preciso investigar as responsabilidade dos agentes do governo federal. “Temos o dever moral de compartilhar as responsabilidades. Não é só o GDF que tem responsabilidade, não é só o governador Ibaneis, não é só nossa SSP, nossa PMDF. Em suma, não é o DF que tem responsabilidade pelos atos que aconteceram”, reforçou.
De acordo com ele, a Presidência da República e o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, também teriam conhecimento dos riscos: “Não tenho dúvida que houve erro, mas é um erro coletivo, que não pode ser atribuído só às forças de segurança do DF. Sabia-se do que havia possibilidade de acontecer e não foi tomada nenhuma providência”.
Requerimento - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos aprovou requerimento para solicitar junto à Secretaria de Segurança Pública e à Polícia Militar do Distrito Federal o compartilhamento de todas as informações de inquéritos policiais militares que correspondem aos praças e aos oficiais que tenham relação com os ataques aos poderes.
A matéria foi incluída extra-pauta e teve votos favoráveis dos deputados Hermeto, autor do requerimento, Fábio Felix (Psol), Pepa (PP), Thiago Manzoni e Chico Vigilante.
Agência CLDF
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