Feminicídio, violência doméstica e machismo dominam pronunciamentos de parlamentares A Procuradora Especial da Mulher na CLDF, depura Dout...
Feminicídio, violência doméstica e machismo dominam pronunciamentos de parlamentares
A Procuradora Especial da Mulher na CLDF, depura Doutora Jane, lamentou que, no ano de 2023, as mulheres ainda precisem lutar por respeito e pelo direito de existir
“O dia 8 de março é uma data mais de grito do que de comemoração”, pregou a deputada Doutora Jane (Agir) na sessão da Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta quarta-feira (8), quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data pautou os pronunciamentos de quase todos os parlamentares presentes em plenário nesta tarde.
Delegada, autodeclarada “pessimista” quando se trata de cumprimento dos direitos das mulheres, Doutora Jane lamentou que, apesar de estarmos em 2023, as mulheres – maioria da população do País – ainda precisem lutar por respeito e pelo direito de existir. “Quando eu uso uma roupa curta, não estou autorizando ninguém a passar a mão em minhas pernas”, exemplificou.
“A meu ver, o conteúdo violência doméstica e não violência contra mulheres e meninas tem que fazer parte da vida escolar, tem que ser disciplina nas escolas”, defendeu a distrital, que é Procuradora Especial da Mulher na CLDF. “Ou nós fazemos investimento na educação ou a violência não vai acabar, e nós vamos continuar precisando do dia 8 de março”.
A data, como lembrou o deputado Chico Vigilante (PT) durante a sessão, foi criada em referência à luta – e ao massacre – de operárias norte-americanas por melhores condições de trabalho em 1857. “Hoje é o dia internacional de luta das mulheres no mundo inteiro, não é um dia só para distribuição de presente, de caixinha de chocolate e outras coisas”, afirmou.
“O 8 de março é mais um marco político do que um dia de desejar “parabéns”. É para a gente lembrar que ainda existem muitas lutas e muitos desafios pela frente”, destacou a deputada Dayse Amarilio (PSB).
Violência em números
“Nós vivemos no Brasil, infelizmente, uma epidemia de violência: 33,4% das mulheres brasileiras sofreram violência física ou sexual por parte do parceiro íntimo ou do ex-parceiro. Esse número é maior que a média global, que é de 27% de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, afirmou Magno.
Citando dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o deputado Fábio Felix (Psol) disse que o Brasil é um dos países que mais mata mulheres: “Uma mulher é assassinada a cada 6 horas no Brasil; então é o país dos feminicídios”.
Por sua vez, Fábio Felix chamou a atenção para as mulheres transexuais: “O Brasil é o país que mais mata mulheres travestis e transexuais do mundo, e são mortes que são construídas com requintes de crueldade, são violências de gênero da pior forma possível”.
Machismo estrutural
Homenagens
Ao elogiar o trabalho das mulheres nas mais variadas áreas, o presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), disse: “Parabenizo e desejo a vocês muitas felicidades, que a gente vire essa página, que tanto nos envergonha, do machismo enraizado”.
Por sua vez, o deputado Rogério Morro da Cruz (PMN) prestou homenagem a sua esposa e citou uma passagem bíblica sobre a criação das mulheres.
Já o deputado João Cardoso (Avante), disse que “a mulher é a única que é coparticipante da criação junto com Deus” e parabenizou as várias mulheres de sua família e a governadora em exercício, Celina Leão.
Também destacaram a atuação feminina e prestaram homenagens os deputados Thiago Manzoni (PL), Joaquim Roriz Neto (PL) e Roosevelt Vilela (PL).
Agência CLDF
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