Foi concluída hoje (31) a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, implementada por um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 8 de janeiro, após os atos golpistas que depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília.
O interventor federal Ricardo Cappelli apresentou os resultados das medidas tomadas durante esses 23 dias. Agora, ele retorna ao cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), enquanto Sandro Avelar assume a gestão da segurança pública no DF.
Durante a intervenção, foram exonerados comandantes, chefes e subchefes da Polícia, todos diretamente ligados à operação desencadeada no dia 8 de janeiro. Seis inquéritos policiais militares foram instaurados na Corregedoria da Polícia Militar para apurar a conduta e omissões dos comandantes, subcomandantes e outros policiais durante os ataques.
Além disso, o secretário-executivo, Fernando Souza Oliveira, o chefe de gabinete Paulo Cardoso Coelho da Silva e a subsecretária de Inteligência, Marília Ferreira de Alencar, também foram exonerados.
Relatório
Na última sexta-feira (27), Ricardo Cappelli apresentou o relatório sobre as falhas operacionais que resultaram na tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro. O documento reúne fotos, imagens, memorandos, ofícios e informações sobre todo o processo relacionado ao acampamento golpista no Quartel-General (QG) do Exército e os atos preparatórios para os ataques antidemocráticos que sacudiram a capital do país.
:: Alerta de inteligência sobre atos golpistas foi ignorado por comando da Segurança Pública do DF ::
Um dos pontos destacados no relatório é que a Secretaria de Segurança Pública do DF recebeu informações da área de inteligência sobre a alta probabilidade de atos violentos na capital dois dias antes dos atentados. Na época, a pasta era comandada por Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro e que voltou ao Governo do DF a convite do governador Ibaneis Rocha, atualmente afastado do cargo.
Apesar do alerta da inteligência, não houve a elaboração de um plano operacional nem emissão de ordens de serviço para a atuação policial, como normalmente deveria ocorrer em casos como esse.
O relatório também descreve o acampamento dos extremistas como ponto central na articulação golpista, no que o interventor denominou como "minicidade terrorista".
Com informaçõess do Brasil de Fato
Nenhum comentário