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Brasília recebe primeira etapa do Circuito Candango de vôlei de praia para surdos

  Evento acontece nos dias 25 e 26 de fevereiro; acesso é gratuito Nesta etapa, 13 duplas participam da competição, que inicia às 9 horas de...

 

Evento acontece nos dias 25 e 26 de fevereiro; acesso é gratuito


Nesta etapa, 13 duplas participam da competição, que inicia às 9 horas deste sábado (25) - Foto: Elise Milani

A primeira etapa do Circuito Candango de vôlei de praia para surdos acontece neste fim de semana em Brasília. Com acesso gratuito, a competição inicia às 9 horas e será realizada no espaço Brasília Beach Esportes Outdoor, localizado na Asa Norte, região do Plano Piloto.

Nesta fase a competição inicia com jogos entre quatro duplas femininas e nove duplas masculinas. Os vencedores além de receberem troféus pontuam no ranking estabelecido pela Federação Brasiliense Desportiva de Surdos (FBDS) que garante a representação da capital do país em eventos nacionais da modalidade esportiva. 

Presidente da Federação Brasiliense Desportiva dos Surdos (FBDS), Sabrina Santana, conta que as competições de vôlei de praia para surdoatletas acontecem em Brasília desde 2012. “Os campeonatos começaram aqui após os jogos pan-americanos. A partir daquele ano houve eventos nacionais e aumentou a procura dos surdoatletas para participar nesta modalidade. Porém as vagas eram limitadas, então começamos a fazer eventos estaduais para classificar os melhores pelo ranking e nos representar nos eventos nacionais”, explica.

A competição acontece em quatro etapas durante o ano, com o intuito de fomentar a participação de mais atletas. De acordo com o calendário anual do Surdo Desporto apresentado pelo site da Federação, as datas definidas para as próximas etapas do Circuito Candango de Vôlei de Praia são 15 e 16 de abril (etapa preta), 17 e 18 de junho (etapa azul), 05 e 06 de agosto (etapa vermelha). A etapa que acontece neste sábado (25) e domingo (26) é a amarela.

Diretor de Esportes na Federação Brasiliense Desportiva dos Surdos (FBDS), Pedro Melo, diz que a maioria dos esportes para surdos é o mesmo do tradicional, porém com pequenas adaptações. “Por exemplo, no atletismo ou natação a luz é que sinaliza o início da competição. É uma espécie de luz, um flash, que pisca na hora de iniciar”, explica. No vôlei de praia ao invés do uso de apito, a arbitragem usa bandeiras para sinalizar.

O Desporto Surdo não faz parte do Paradesporto, portanto não participa das Paraolimpiadas. Antes de surgirem as competições esportivas para pessoas com deficiência, os jogos voltados para atletas surdos já eram realizados, e antes chamados de Jogos Internacionais Silenciosos. Os primeiros registros da Surdolimpiada foram em 1924, em Paris, na França. Entre os atletas permitidos a competir nos Jogos de Surdos não há classificações ou restrições, exceto a exigência de que tenha perda auditiva de pelo menos 55 decibéis no melhor ouvido em conformidade com o ICSD (Comitê Internacional de Esportes para Surdos), independentemente da modalidade linguística que utilizam em sua comunicação (libras, oralismo, bilinguismo e outros) e do uso ou não de aparelhos auditivos e/ou implantes cocleares.

Sabrina diz que mesmo não fazendo parte do paradesporto, em alguns casos, realizam eventos junto com os paradesportistas e participam unidos em discussões em defesa ao esporte para pessoas com deficiência em geral, pois consideram que é necessário mais reconhecimento, valorização, visibilidade e investimentos para estes atletas. Ao falar sobre as dificuldades, ela explica que a maior barreira que o surdoatleta pode encontrar é o treinamento diário. “Dependemos da vida profissional e pessoal para sobreviver. Por este motivo, a dedicação ao esporte é menor do que gostaríamos. A profissionalização esbarra nessa realidade”, conta.

Apoio

Pedro Melo destaca a importância de programas de incentivo ao esporte como o Bolsa Atleta e o Compete Brasília. "Às vezes, os surdoatletas conseguem obter esses benefícios, mas nem todos estão garantidos como desejamos. Por exemplo, no programa Bolsa Atleta do Distrito Federal, existe uma lei que define a quantidade de bolsas para esse público, porém somente nas modalidades vôlei de praia, futebol de campo e futsal. É necessário que fosse ampliado o número de bolsas para surdos de outras modalidades”, aponta.

Serviço

Circuito Candango de Vôlei de Praia para Surdos

Data: 25 e 26 de fevereiro

Horário: 9h

Local: Brasília Beach (Quadra 910 - Asa Norte)

Gratuito

Com informações do Brasil de Fato

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