De acordo com Instituto, Brasília tem cerca de três mil pessoas nessa situação; 19,3%, mulheres Deputado Max Maciel em audiência pública n...
De acordo com Instituto, Brasília tem cerca de três mil pessoas nessa situação; 19,3%, mulheres
Foi realizada nesta terça-feira (7) na Câmara Legislativa do DF uma audiência pública sobre a violência contra as mulheres em situação de rua. Mediado pelo deputado Max Maciel (PSOL) um dos principais assuntos abordados pelas participantes foi a questão da invisibilidade dessas mulheres em Brasília. O debate contou com a presença de integrantes de movimentos sociais, representantes do Ministério Publico, Defensoria, Polícia Militar e do governo do DF.
O Parlamentar considerou que as mulheres têm especificidades, como o fato de serem mães, que demandam atendimento diferenciado. “Muitas vezes essas mulheres têm seus filhos retirados, sem devida atenção e mesmo a questão da violência que muitas das vezes é tratado apenas como uma situação de drogas e não necessariamente ao feminicídio”, destacou.
“A mulher tem seu bebê arrancado de seus braços logo depois do parto, o que segrega a mulher em situação de rua”, afirmou Joana D’Arc Basílio, que viveu nas ruas por uma década e hoje é representante do Movimento de População de Rua do DF. Ela citou diversas formas de violências e agressões sofridas por essas mulheres em situação de rua, como xingamentos e estupros.
A coordenadora da ONG Tulipas do Cerrado, Juma Santos, que viveu na rua desde os dez anos de idade, narrou sua história. “As violências que os corpos femininos sofrem acontecem desde que elas são crianças de rua”, disse. Juma contou ainda que foi vítima de um estupro coletivo aos 13 anos, quando foi violentada por sete policiais militares.
:: Criminalização e preconceito, a dura realidade das pessoas em situação de rua ::
Em dezembro de 2022, uma pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) mostrou as trajetórias pessoais da população em situação de rua no DF, quanto ao uso da rua como meio de moradia, sociabilidades e subsistência.
De acordo com a pesquisa essa população é estimada em 2.938 pessoas. Os dados mostram que, desse total, 29,2% estão nessa condição há pelo menos 10 anos. Ainda com referência ao total do levantamento, 38,2% dos entrevistados afirmaram ter ido para a rua durante a pandemia.
Levando em consideração faixa etária e gênero, a quantidade de homens é de 80,7% são homens e 19,3%, mulheres.
:: IPEDF apresenta resultados da pesquisa qualitativa sobre População em Situação de Rua ::
Encaminhamentos
Também presente na audiência pública a deputada federal Érika Kokay (PT) informou que intermediará uma reunião com a ministra da Mulheres, a fim de tratar sobre as mulheres em situação de rua. Max Maciel também enfatizou outros encaminhamentos, como discutir e reformular os protocolos existentes no DF voltados às populações de rua, e aprofundar ações e políticas positivas mencionadas durante a audiência.
Com informações Dicom/CLDF.
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