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Lula troca comando do Exército treze dias após ataques em Brasília

  Medida é vista como resposta à ação insuficiente para proteção das sedes dos três poderes em ato golpista General Tomás Miguel Ribeiro Pai...

 

Medida é vista como resposta à ação insuficiente para proteção das sedes dos três poderes em ato golpista


General Tomás Miguel Ribeiro Paiva assume o cargo no lugar do general Júlio César de Arruda - Comando Militar do Sudeste

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a substituição do comandante do Exército neste sábado (21). Ele desligou o general Júlio César de Arruda do cargo, agora assumido pelo atual comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

Um dia antes da mudança, Lula realizou uma reunião com os chefes das forças armadas e Arruda estava no evento. Foi a primeira reunião desde os atentados contra a democracia de 8 de janeiro, em Brasília.

A conversa contou também com presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

Júlio César de Arruda ocupava o cargo interinamente desde 30 de dezembro do ano passado, após um acordo entre a equipe de transição e o antigo governo. Ele estava à frente do Exército durante os ataques às sedes dos três poderes na capital federal

Reportagem publicada no jornal estadunidense Washington Post aponta que o general impediu prisões de bolsonaristas acampados no Quartel General do Exército em Brasília após os atos. O texto, assinado por Anthony Faiola, Samantha Schmidt e Marina Dias, afirma que Arruda disse ao próprio ministro da Justiça, Fávio Dino, "Vocês não vão prender gente aqui". 

A divulgação da conversa reforçou ainda mais as críticas à atuação da força durante as invasões. 

Defesa da democracia

Na última quarta-feira (18), o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que agora assume o comando do Exército, fez um discurso enfático em defesa das instituições democráticas e do respeito aos resultados das urnas.

"Não interessa quem está no comando: a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente. Então, essa é a mensagem que eu tenho e que eu quero trazer para vocês. No que pese turbilhão, terremotos, tsunamis, nós vamos continuar ímpetos, coesos, respeitosos e garantindo a nossa democracia. Porque democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e, também, é o regime do povo, alternância do poder. É o voto."

O discurso foi realizado durante uma cerimônia no Quartel-General Integrado, em São Paulo, em homenagem a militares brasileiros que atuavam com as forças de paz da ONU e morreram no terremoto de 2010 no Haiti.

Paiva nasceu na cidade de São Paulo e começou a trajetória militar em 1975, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). Ele foi Subcomandante do Batalhão de Infantaria de Força de Paz no Haiti e comandante da Força de Pacificação dos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de janeiro em 2012.

Em Brasília, atuou no comando do Batalhão da Guarda Presidencial, foi ajudante de ordens de Fernando Henrique Cardoso e chefiou o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília na gestão do general Villas Boas. 

Aos 62 anos, estava a frente do Comando Militar do Sudeste desde 2021. Ele assumiu o posto de general em 2019 e entrou para o Alto Comando do Exército.

Reações

A decisão do presidente Lula causou repercussão nas redes sociais.

Com informações do Brasil de Fato

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