A dengue explodiu no primeiro quadrimestre de 2022 no Distrito Federal. De janeiro a abril do corrente ano foram registrados 45.137 casos ...
A dengue explodiu no primeiro quadrimestre de 2022 no Distrito Federal. De janeiro a abril do corrente ano foram registrados 45.137 casos da doença, enquanto houve 9.333 no mesmo período de 2021, resultando em um aumento de 484% dos casos notificados.
A informação consta do Relatório de Atividade Quadrimestral apresentado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) durante reunião da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
O número de óbitos também aumentou de 9 para 11 entre os períodos comparados, felizmente, não seguindo a mesma proporção de crescimento. As regiões que mais notificaram casos de dengue foram Ceilândia (7.923), Samambaia (4.349), Taguatinga (3.080), Vicente Pires (1.899), Riacho Fundo II (477), Cruzeiro (281) e Park Way (132).
A secretária explicou as dificuldades. “Esse relatório traz uma realidade difícil, principalmente devido ao período de pandemia, com mais pessoas em casa e maior produção de lixo que não é descartado corretamente, propiciando locais para eclosão das larvas depois. Além disso, o Ministério da Saúde não adquiriu os insumos para fazermos o fumacê e acabamos comprando com nossos recursos da fonte 100. Também houve impedimento de acesso dos agentes de vigilância ambiental nas residências”, afirmou Lucilene.
Além disso, a secretária falou sobre as ações tomadas. “Renovamos contratos dos agentes de vigilância ambiental e dos agentes comunitários de saúde. Agora estamos com concurso em preparação, estamos esperando apenas autorização do TCDF sobre a banca examinadora e, se não for autorizado a tempo, vamos fazer a renovação dos contratos porque não podemos ficar sem o trabalho desses profissionais. Também foram realizadas quase 3 milhões de visitas domiciliares, inclusive algumas com autorizações judiciais. Enfim, temos intensificado essas ações desde que cheguei, no segundo semestre de 2022”, finalizou.
Covid
Neste sentido, o relatório mostrou a cobertura vacinal no período. Até abril, eram 87% da população com a primeira dose; 82% com a segunda dose, 47% que já haviam tomado o primeiro reforço e apenas 33% o segundo reforço.
Gasto com medicamentos
O relatório expôs um aumento de gasto com medicamentos da ordem de 310,8%, atingindo R$2,94 milhões no primeiro quadrimestre de 2022, enquanto foi de R$716 mil em 2021. Segundo a diretora, o acréscimo deveu-se ao dispêndio com medicamentos de alto custo, mesmo com a distribuição de quantidade semelhantes. A despesa maior ocorreu principalmente nas regionais do Gama, da Asa Sul e da Ceilândia. Em contrapartida, houve queda de 83,24% de testes de Sars/Covid e aumento de 418% de testes para dengue.
Lucilene explicou porque ocorreu o aumento de gastos e o que está sendo feito para mitigar esses efeitos. “Tivemos realmente um custo elevado e temos encontrado dificuldade em adquirir alguns desses medicamentos porque há escassez de matéria prima no mundo e também muitas de nossas licitações acabam resultando desertas, em alguns casos por mais de 15 vezes. Agora já conversamos para agir de outra maneira, especialmente quando tivermos mais de 3 tentativas fracassadas. Além disso, aderimos ao Consórcio Brasil Central em mais de 15 atas para aumentar o nosso abastecimento, facilitando a aquisição que se torna um pouco mais barata”, disse.
Abaixo das metas
Segundo o relatório, não foram cumpridas metas em diversas questões relativas à área de atendimento básico à saúde. Por exemplo, a estratégia de saúde da família permanece abaixo de 35% desde 2020. Não foi diferente no primeiro quadrimestre desse ano, seguindo abaixo da meta estabelecida para 43%.
Na vacinação, as metas também não foram alcançadas. Apenas 76% das crianças de um ano de idade estavam imunizadas para difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, influenza e poliomielite entre outros. O número está acima da média nacional, mas abaixo da meta estipulada para o DF, que seria chegar a 95%. “Faltou adesão da população para as campanhas de vacinação”, explicou Simone Barcelos.
Para a secretária da SES, o órgão precisa realizar praticamente uma reconstrução dessa área. “Em relação à atenção primária à saúde concordo com a conselheira Lourdes, muito me abala essa questão. Precisamos ter menos barreiras de acesso e vamos trabalhar para fazer isso. Vamos fazer uma escuta qualificada ao usuário e melhorar a situação”, finalizou Lucilene.
Francisco Espínola - Agência CLDF
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