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Covid-19: o que se sabe sobre a BQ.1 e XBB, subvariantes da ômicrom

  Casos da doença já foram reportados em vários estados do Brasil e pode trazer mais riscos do que as outras A nova onda de contaminação por...

 


Casos da doença já foram reportados em vários estados do Brasil e pode trazer mais riscos do que as outras

A nova onda de contaminação por covid-19 voltou a preocupar os estados brasileiros. As duas novas subvariantes da ômicron, a BQ.1 e a XBB, já tem causado impacto na Europa, na China, nos Estados Unidos. Na última terça-feira (8/11), a BQ.1 fez a primeira vítima fatal no Brasil, em São Paulo.

A preocupação dos especialistas é que novos casos possam surgir nos próximos dias. O Correio conversou com dois especialistas para entender os riscos das novas subvariantes e tirar as principais dúvidas que podem surgir sobre a proteção da vacina e uso de máscara.

O analista de saúde do Programa Municipal de Imunizações da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, João Gregório Neto, explica que o vírus Sars-CoV-2, da covid-19, não parou de circular e evoluir desde o início da pandemia, dando origem a novas variantes.

"O que podemos observar é que com a vacinação as pessoas vão se tornando resistentes a variantes iniciais e anteriores. A nova subvariante BQ.1 é uma alteração da variante da ômicron, apresentando mutações na proteína spike, uma proteína na superfície do Sars-CoV-2, portanto é possível que ele se ligue e infecte novamente as nossas células”, explica Gregório, que também é enfermeiro.

Segundo o professor Bergmann Morais Ribeiro, do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB), esse é um processo evolutivo do vírus de modificação e adaptação ao hospedeiro, que é o ser humano. No entanto, para ele, as novas variantes não são consideradas mais graves que as anteriores.

Você tem uma defesa contra a infecção de novas variantes do coronavírus. Entretanto o vírus vai se modificando e essas modificações, que ocorrem principalmente lá na proteína do vírus, fazem com que ele não seja reconhecido por nenhuma parte das nossas defesas. Mas ela não se agrava porque nós temos outros tipos de defesa que evitam doenças graves”, explica Ribeiro.

De acordo com os dois especialistas, a vacinação continua sendo o meio mais eficaz de prevenção. Para isto, dois fatores são importantes:

  • As vacinas são criadas a partir do vírus, mesmo havendo variações futuras, o sistema imunológico produz anticorpos ao contato com o vírus.
  • Segundo, os laboratórios produtores estão atentos às novas variantes, sendo possível uma atualização das vacinas. Por isso, é importante seguir as orientações do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais para estar atento às doses de reforços e completar o esquema vacinal.

Prevenção

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta para a presença da variante BQ.1 em cinco estados do Brasil: São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Amazonas. A XBB ainda não teve casos registrados no país. Sendo assim, para evitar uma nova onda, a prevenção continua sendo a melhor ferramenta. Os especialistas reafirmam a importância da vacinação para o combate da covid-19 e suas variantes. Mas outros cuidados também são necessários:

  • evitar aglomerações com a aproximação da Copa do Mundo e as confraternizações de fim de ano;
  • avaliar individualmente o uso de máscaras, principalmente em locais fechados e aglomerados;
  • Lavar corretamente as mães sempre que voltar da rua, coçar o nariz e olhos;
  • Utilizar alcoolemia gel;
  • Isolar-se se houver qualquer sintoma suspeito;
  • Esquema de vacinação completo.

Para o professor Bergmann, apesar do uso de máscaras não ser mais obrigatório, ele recomenda que pessoas vulneráveis, como as que têm o sistema imunológico fraco, os idosos e as mulheres grávidas, continuem utilizando o equipamento de prevenção.

“E as pessoas de maneira geral, se forem em um lugar que tenha muita gente aglomerada, como dentro de um o transporte coletivo, é recomendado que se use máscara. Nós estamos protegidos com a vacinação em dia, mas podemos ser infectados e não nos acontecer nada. A pessoa saudável provavelmente não vai ter uma doença grave. Mas nós podemos passar o vírus para uma pessoa que é suscetível, uma pessoa mais vulnerável e essa pessoa sim pode ter uma doença grave ou até vir a óbito”, destaca Bergmann.

João Gregório Neto insiste que as doses de reforço sejam a medida mais eficaz de prevenção individual e coletiva. “Com a vacinação foi possível o retorno das atividades coletivas. Em relação ao número de doses, as pessoas devem seguir as orientações do SUS e sabemos que a dose de reforço é a garantia da redução da incidência e da gravidade da doença”, aponta.

Bergmann defende ainda que o vírus não vai sair mais da população humana, uma vez que não é possível erradicá-lo, assim como o vírus da gripe. Para ele, o vírus vai se tornar comum como o de resfriado. ”Esse vírus vai se modificando, novas variantes vão surgir e como nós estamos tomando vacina a maioria das pessoas vão ficar resistente a infecção e não vai a não vai evoluir para doenças mais graves, exceto no caso das pessoas mais sensíveis”, conclui o especialista.

Com informações do CB

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