Pablo Henrick Nascimento Santos, Leandro Alves dos Santos Maia e Gabriel dos Santos Coelho estavam presos na Papuda por suspeita de envolv...
Pablo Henrick Nascimento Santos, Leandro Alves dos Santos Maia e Gabriel dos Santos Coelho estavam presos na Papuda por suspeita de envolvimento na morte de Daniel Junio Rodrigues. A vítima morreu em uma praça da QE 40 do Guará 2
Luiz Alves de Araújo, 46, o filho dele, Gustavo Soares, 20, e Kelvin Souza, 20, foram os primeiros a prestarem as declarações no júri. Denunciados pelo Ministério Público (MPDFT) por homicídio duplamente qualificado, os réus participaram de uma audiência de mais de 15 horas e negaram envolvimento na morte de Daniel. O jovem foi agredido por um grupo de rapazes na saída de um bar, na madrugada de 10 de outubro do ano passado. As agressões foram registradas em um vídeo que circulou à época nas redes sociais.
A decisão obtida em primeira mão pelo Correio e que concedeu liberdade provisória a Janderson, Pablo, Leandro e Gabriel foi assinada no fim da tarde desta sexta-feira pelo juiz Francisco Marcos Batista. No documento, o magistrado pede para que os presos sejam colocados imediatamente em liberdade. No entanto, eles passarão por julgamento posteriormente, em data ainda não definida.
Os acusados são representados pelos advogados Afonso Lopes, Marília Brambila, Carlos Roberto de Araújo Leonardo Carvalho Carvalho e Erickson Reis Maia.
Depoimento
Testemunhas contra e a favor dos réus prestaram os primeiros depoimentos, que foram acompanhados pelo Correio. Um deles foi de uma moradora do prédio onde moram Luiz, Gustavo e a matriarca da família. Na fala, a mulher contou que Luiz trabalhava há cerca de 14 anos como zelador do edifício e era uma pessoa de confiança dos condôminos. “Ele ficava até com as chaves de alguns apartamentos. Nunca se envolveu com nada de errado. Isso foi uma fatalidade”, disse.
O primeiro dos acusados a prestar declarações foi Luiz. Ele relatou que decidiu comemorar o aniversário do filho no bar Oásis, na QE 40. Inicialmente, a festa ocorreria em um outro local, próximo onde mora, no conjunto habitacional Lúcio Costa. “Ele (Gustavo) disse que seria melhor no Oásis, porque era maior e caberia mais gente. Falei que não ia ter muito dinheiro, mas ele decidiu chamar poucas pessoas, em torno de nove e 10.”
Na noite de 9 de outubro, Luiz, o filho Gustavo e a mãe acionaram um amigo motorista de transporte por aplicativo para buscá-los em casa e levá-los até o bar. Em depoimento à Justiça, o motorista disse que buscou a família por volta das 20h30. Enquanto estavam no local bebendo e comemorando, segundo Luiz, ele foi ao banheiro, quando foi surpreendido por Daniel. “Ele disse uma coisa comigo, mas não entendi. Depois, falou novamente, e eu também não ouvi, porque o som estava muito alto. Foi quando ele me deu um soco no rosto, e eu caí ao chão”, afirmou.
Luiz relatou que, ao se levantar, ainda tonto, viu o filho pedindo para os dois se acalmarem, momento em que os seguranças do estabelecimento expulsaram Luiz, o filho e os amigos que estavam na festa. “Quando saímos, o Daniel foi para fora com mais quatro caras e com garrafas de vidro nas mãos. Eles começaram a tacar essas garrafas na gente.”
Em juízo, o réu disse que houve uma troca de tapas entre o grupo de Daniel e o grupo de Gustavo e, quando se deu conta, viu Daniel já caído ao chão. No vídeo, é possível ver Luiz desferindo dois chutes contra o quadril da vítima. No tribunal, o acusado confessou que deu esses dois golpes, mas que não tinha nenhuma intenção de matá-lo. “É complicado. Era para ser um dos dias mais felizes da nossa família, e estamos vivenciando essa tragédia”, finalizou.
Gustavo reforçou a versão do pai. Em um depoimento de quase 30 minutos, o réu acusou Daniel de tê-lo xingado de vagabundo dentro da boate e dito que o pai dele era um traficante. Contou, ainda, que a vítima ameaçou a família dizendo que buscaria uma arma de fogo dentro do carro, que estava estacionado em frente ao bar. “Não dei nenhum chute nele. A todo momento, fiquei ao lado da minha mãe acalmando ela. Eu nunca vi o Daniel.”
Kelvin, por sua vez, também alegou que Daniel estaria com garrafas na mão para agredir o grupo. “Acabaram me segurando para não ir para cima dele.” No entanto, apesar de dizer em juízo que não teve participação no espancamento, Kelvin é um dos jovens que aparece de boné branco e blusa preta chutando Daniel.
Com informações do CB
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