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Construção emprega 5,8% da força de trabalho ocupada no DF

  O segmento também é responsável por 2,0% da estrutura produtiva da economia distrital, de acordo com estudo apresentado pelo IPEDF Em alus...


 O segmento também é responsável por 2,0% da estrutura produtiva da economia distrital, de acordo com estudo apresentado pelo IPEDF

Em alusão ao Dia da Construção Civil, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou, na manhã desta terça-feira (25), em cerimônia no Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), o perfil do ocupado na construção na Área Metropolitana de Brasília em 2021.

O boletim apresenta as principais características dos trabalhadores na construção na capital do país, que residem na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), composta pelos 12 municípios que compreendem o Entorno do DF. O estudo foi realizado a partir de dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada mensalmente pelo IPEDF e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em 2021, a população ocupada no DF foi estimada em 1,35 milhão de pessoas; dessas, 78,9 mil desempenhavam atividades na construção | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

De acordo com o levantamento, a construção possui uma significativa capacidade de alocar mão de obra na região, pois é responsável por 2,0% do Produto Interno Bruto (PIB) distrital. Em 2021, a população ocupada no DF foi estimada em 1,35 milhão de pessoas. Deste número, 78,9 mil pessoas estavam desempenhando atividades relacionadas à construção, o que representa 5,8% dos ocupados na capital.

Na PMB o setor é ainda mais importante. No mesmo período, a área alcançou 64,2 mil pessoas, representando 12,8% do total da população ocupada nesses municípios, o que indica que uma a cada dez pessoas ocupadas trabalham na construção.

O estudo mostra, de um lado, que o setor tem grande relevância no mercado de trabalho, empregando quase 6% dos ocupados do DF e 12% da PMB. De outro, a construção apresenta grande informalidade ocupacional, colocando seus ocupados em uma situação de maior vulnerabilidade”

Clarissa Schlabitz, diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF

Perfil sociodemográfico

Definindo esses trabalhadores sociodemograficamente, 95,3% (75,1 mil) dessa força de trabalho eram do sexo masculino. As mulheres que atuaram no setor somaram 3,7 mil (4,7%). A predominância masculina nas ocupações é mais intensa na construção que nos demais segmentos produtivos da capital federal, onde os homens representaram 49,6% das ocupações de 2021.

O mesmo padrão foi notado na PMB. Dos 64,2 mil ocupados, estima-se que 63,2 mil (98,5%) são homens. Apesar da diferença significante, há um potencial de crescimento e inserção de feminina na área.

Em relação a raça/cor, as pessoas que se declararam negras apresentaram uma participação acima da média no DF (81,90%) e na PMB (88,9%). Nos outros segmentos de atividade econômica, o percentual de ocupados para as duas regiões era de 67,5% e 62,5%, respectivamente. Apontando que o setor é mais inclusivo que os demais. A faixa etária dos ocupados no setor na AMB apresentou uma média de 30 a 49 anos (55,5%). Por outro lado, a PMB emprega em maior número jovens de 15 a 29 anos (24,2%).

A escolaridade é um dos aspectos relevantes para compreender o perfil desses trabalhadores. Na AMB, a grande maioria possuía ensino fundamental completo (55,8%) ou ensino médio completo (35,8%). No entanto, apenas 7,2% da AMB possuíam nível superior completo.

Os homens são 95,3% (75,1 mil) da força de trabalho da construção civil; as mulheres, 4,7% (3,7 mil)

Em contrapartida, esse número é ainda menor na PMB, onde apenas 2,6% possuíam o mesmo grau de ensino, revelando que a mão de obra da construção dos que moram nos municípios do Entorno do DF é relativamente menos qualificada do que aquelas que moram no DF. Dos trabalhadores que assumem o papel de chefe de família, a média foi de 72,2% a 73,6% entre PMB, AMB e DF.

Tratando-se das formas de ocupação, foi observado que as principais funções são relacionadas à execução de trabalhos braçais, como pedreiros (46,8 mil ocupados ou 32,8%), serventes de obras (27,1 mil ocupados ou 18,9%) e pintores de obras (14,7 mil ocupados ou 10,3%). As ocupações de gestores da construção, como mestre de obras (3,6% ou 5,2 mil pessoas) e engenheiro civil (0,9% ou 1,3 mil pessoas), possuem menor participação, o que é natural do processo produtivo de hierarquia vertical.

Renda

O rendimento médio dos ocupados na área na AMB foi de R$ 2.075 em 2021, valor inferior à média das remunerações dos demais segmentos de R$ 3.263, no mesmo ano. Já na PMB, a remuneração média do setor foi de R$ 1.778, enquanto no DF foi de R$ 2.356.

As remunerações mais elevadas foram encontradas entre as mulheres na AMB e no DF, enquanto na PMB a remuneração dos homens é maior. Possivelmente a diferença salarial encontrada na capital diz respeito ao tipo de ocupação que as mulheres assumem na construção, por exemplo, com cargos de maior nível de qualificação.

A diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do instituto, Clarissa Schlabitz, explica: “O estudo mostra, de um lado, que o setor tem grande relevância no mercado de trabalho, empregando quase 6% dos ocupados do DF e 12% da PMB. De outro lado, a construção apresenta grande informalidade ocupacional, colocando seus ocupados em uma situação de maior vulnerabilidade. Diante desse retrato, há espaço para aprimorar o mercado de trabalho da construção, fortalecendo ainda mais seu papel estratégico na geração de emprego em renda da região”.

Com informações do IPEDF

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