Das 12 chapas lançadas na disputa pelo Planalto, 11 estão registradas até agora. Prazo termina nesta segunda-feira. A partir de terça, can...
Das 12 chapas lançadas na disputa pelo Planalto, 11 estão registradas até agora. Prazo termina nesta segunda-feira. A partir de terça, candidatos poderão pedir votos e distribuir panfletos
Até o momento, 12 chapas já foram lançadas para disputar a presidência e a vice-presidência da República, confirmadas nas convenções nacionais de seus partidos. Até o fim da tarde deste sábado, 11 foram registradas no TSE, incluindo os planos de governo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera, até o momento, as pesquisas de intenção de voto. A chapa é composta também pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, adversário histórico do petista. A aliança significa a junção de propostas tanto do PT quanto do PSB, e foi redigida em 21 páginas. A coligação também comporta PV, PCdoB, PSol, Rede, Solidariedade, Avante e Agir, reunindo o maior tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão: 3 minutos e 26 segundos.
A campanha Lula-Alckmin tem se preparado para um possível governo que "escute o povo". Foi criada ainda no início da campanha um sistema para que haja colaboração e sugestões on-line sobre as propostas, a Plataforma Popular. Entre as principais metas citadas no documento foi descrita a nova legislação trabalhista, que terá como enfoque os autônomos e, segundo o documento, "extensa proteção social."
Outro tema defendido no programa de governo são novas políticas de segurança pública, um dos pontos mais esperados pela oposição. Segundo a proposta apresentada ao TSE, será implementada uma maior assistência aos usuários de drogas e haverá uma "substituição do atual modelo bélico".
A dupla tem ainda como objetivo reduzir a zero o desmatamento da Amazônia. "Combateremos o crime ambiental promovido por milícias, grileiros, madeireiros e qualquer organização econômica que aja ao arrepio da lei", segundo trecho da proposta. O programa foi produzido por representantes de sete partidos, coordenados pelo ex-ministro Aloizio Mercadante.
O presidente Jair Bolsonaro busca a reeleição com o general Walter Braga Netto ao seu lado, ex-ministro da Defesa. Além do PL, partido dos dois, a composição é apoiada ainda pelo Progressistas e pelo Republicanos, tendo um total de 2 minutos e 40 segundos de propaganda gratuita, o segundo maior, atrás de Lula.
Bolsonaro tenta um novo mandato com um histórico negativo na economia, aumento da fome e com as consequências da crise sanitária causada pela covid-19. Ele também enfrenta um grande índice de desaprovação do governo. Porém, algumas apostas para reverter a atuação já mostraram efeitos nas pesquisas. Após aprovação da PEC Kamikaze, que aumentou o valor do Auxílio Brasil para R$ 600, reajustou o vale-gás e criou benefícios para taxistas e caminhoneiros, o presidente diminuiu a distância de Lula nas pesquisas.
Segundo pesquisa BTG/FSB divulgada em 8 de agosto, a diferença entre os dois caiu de 13 para sete pontos percentuais entre julho e agosto, o menor desde o início do levantamento, em março. A redução do ICMS sobre combustíveis também foi outra medida eleitoreira de Bolsonaro para tentar conter o aumento nos preços e a inflação.
O plano de governo para a reeleição contempla, em sua maioria, a manutenção das pautas defendidas por Bolsonaro desde 2018. Segundo o documento de 48 páginas, a manutenção do auxílio de R$ 600 será "um dos compromissos prioritários do governo reeleito". O benefício, a princípio, tem validade apenas até 31 de dezembro deste ano. O presidente também promete realizar uma reforma tributária, isentando os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos (R$ 6.060 atualmente) do Imposto de Renda. O programa diz ainda que "serão preservados e ampliados o direito fundamental à legítima defesa e à liberdade individual, especialmente quanto ao fortalecimento dos institutos legais que assegurem o acesso à arma de fogo aos cidadãos".
A campanha de Bolsonaro contém ainda ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. O presidente tenta deslegitimar o resultado das eleições caso perca, aos moldes do que fez o presidente americano Donald Trump em 2020, culminando na tentativa de invasão ao Capitólio. Não é uma estratégia nova, uma vez que em 2018, mesmo tendo ganhado o pleito, alegou fraude nas urnas. As falas antidemocráticas, porém, sofreram fortes críticas por parte dos demais candidatos, parlamentares e entidades da sociedade civil, entre outras. O maior exemplo disso foi o manifesto pela democracia organizado pela Faculdade de Direito da USP, que ultrapassou um milhão de assinaturas na quinta passada.
Com informações do CB
Nenhum comentário