Adotada por cada vez mais empresas, licença remunerada garante acompanhamento e desenvolvimento do filho na etapa mais importante de sua v...
Adotada por cada vez mais empresas, licença remunerada garante acompanhamento e desenvolvimento do filho na etapa mais importante de sua vida
Direito garantido por lei, a licença paternidade, historicamente fixada em cinco dias corridos, pode chegar, hoje, a até seis meses. O Supremo Tribunal Federal aprovou, por unanimidade, o benefício de 180 dias para servidores públicos pais solo, os que criam os filhos recém-nascidos sem a presença da mãe, destacando a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Decisão abre precedente para outros casos. - (crédito: Arquivo Pessoal)
Enquanto a legislação brasileira prevê apenas cinco dias de licença paternidade e 120 dias de licença maternidade, algumas empresas no país estão estendendo o benefício para todas as configurações de família para até seis meses.
A multinacional do varejo agrícola Nutrien decidiu se antecipar à novidade, anunciando que passará a oferecer licença familiar remunerada de seis e dois meses a todos os seus colaboradores do Brasil e também da Argentina, Uruguai e Chile.
De acordo com a corporação, a nova política vale para casais heteroafetivos, homoafetivos, e pais e mães solo de filhos por nascimento ou adoção. Segundo a diretora de Recursos Humanos da Nutrien para a América Latina, Clarissa Grunberg, a ideia é estruturar um time diferenciado, incentivando o ambiente criativo e inovador.
O objetivo dessa abordagem inclusiva, de acordo com a executiva, é proporcionar um maior acolhimento a todos os grupos e configurações familiares, mesmo nos contextos em que a lei tratar especificamente de licença-maternidade ou licença-paternidade.
Poucas empresas oferecem o benefício da licença-paternidade estendida para pais no Brasil. Entre elas, estão a Volvo Automóveis, que oferece licença de seis meses para pais, o Boticário, com 120 dias, e o Facebook, que também oferece a licença de 120 dias, dando flexibilidade para os funcionários escolherem o melhor momento para usufruir do benefício.
No grupo Boticário, o direito se aplica também a homens trans, casais homoafetivos e pais de filhos não-consanguíneos. A empresa promove rodas de conversa sobre masculinidade e parentalidade com pais que necessitam da licença. Para a empresa, o benefício reflete uma mudança cultural para a companhia e também para a sociedade, reforçando a parentalidade responsável e fomentando discussões sobre diversidade e inclusão.
Pai de primeira viagem, o engenheiro agrônomo Arthur Torres, 31 anos, conta que sentiu um misto de surpresa e felicidade ao saber que a empresa concederia a ele uma licença de 60 dias. “Foi fundamental estar próximo da minha filha e da minha esposa nesse momento, que é o mais importante da minha vida”, afirma.
Para ele, o fato de muitas empresas não garantirem licença estendida e também resistirem a essa ideia porque compromete sobremaneira a produtividade do empregado. “Ao conceder a licença, a empresa incentiva o trabalhador a produzir, a ser mais engajado e a permanecer efetivado por mais tempo”, argumenta.
Clarissa Grunberg, observa que todos têm direito a se dedicar à parentalidade de forma equânime, independentemente do modelo familiar. Para ela, conceder a licença por um período mais longo resulta em benefícios imediatos para a empresa e também para toda a comunidade que cerca os funcionários, como um ambiente de trabalho com mais ideias, e uma sociedade mais igualitária.
Na Nutrien, além da figura materna, o pai também recebe a licença, de até 60 dias, que pode ser flexibilizada da maneira como o empregado decidir. “Essa questão de trazer protagonismo para a família passa por trabalhar a cultura, mas também por estabelecer políticas formais e um diálogo constante para compreendermos e nos adaptarmos aos novos modelos de trabalho”, explica Clarissa
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