Desde o início da pandemia, elas não medem esforços para salvar vidas e renovar a esperança da sociedade A pandemia do novo coronavírus es...
Desde o início da pandemia, elas não medem esforços para salvar vidas e renovar a esperança da sociedade
A pandemia do novo coronavírus estremeceu diversos setores da sociedade, no Brasil e no mundo, mas também foi a oportunidade de mostrar algo inabalável: a coragem das mulheres diante de um inimigo comum. O Hospital de Base (HB), o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e as unidades de pronto atendimento (UPAs) contam com o trabalho de 320 profissionais na linha de frente do combate à covid-19. Desses, 69% (223) são mulheres.
Entre elas, está a médica emergencista Jule Rouse Santos, 33 anos. Ela atua no Pronto-Socorro Covid do HRSM e sabe da grande responsabilidade que tem nas mãos. “Eu sempre dou o melhor de mim para salvar vidas, mas nem sempre consigo”, diz. “É sofrível ver um paciente que está longe da família e que conscientemente aceita ser intubado, com a possibilidade de sobreviver ou não”. A profissional conta que sempre trabalhou com emergência, mas que nada se compara a essa experiência da pandemia.
Dos muitos pacientes atendidos em um ano de crise sanitária, um caso em particular foi marcante para a médica: “Lembro-me de uma paciente com menos de 30 anos de idade que tinha dois filhos pequenos e estava gestante. O estado dela era muito grave, com o pulmão comprometido em mais de 80%. Ela aceitou a intubação ainda consciente. O único pedido foi fazer uma videochamada com o marido e a mãe. Todos da equipe assistimos e sentimos a dor dela ao pedir para a mãe: ‘Não importa o que aconteça comigo, por favor, cuide dos meus filhos’. Aquilo me abalou profundamente. Por esse e por outros casos, permaneço aqui para salvar o máximo de vidas”.
Outra colaboradora do Iges-DF na linha de frente contra a covid é a técnica de enfermagem Ana Maria Duarte, 35 anos. Com seis anos de experiência na UPA de Samambaia, ela precisou encarar o desafio, em 2020, de enfrentar uma epidemia global. “Temos feito tudo o que é humanamente possível para atender o máximo de pessoas”, diz.
Para ela, o momento atual da pandemia no DF é crítico, mas os profissionais de saúde seguem buscando oferecer o melhor atendimento. “Somos uma equipe composta por homens e mulheres que estão dando o melhor de si para salvar vidas”, resume.
Lideranças em momento de crise
A enfermeira intensivista Josilene Cardoso Pereira, 39 anos, chefia uma equipe com mais de 90 profissionais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid do Hospital de Base. “Se você lidera, precisa passar segurança para o grupo, mas nem sempre é fácil”, admite. “Muitas vezes, ao sair daqui, desmorono de tanto chorar”.
Josilene, que está na batalha contra o coronavírus desde o início da pandemia, ajudou a montar a UTI Covid do HB. “Daquela época até hoje, me esforço para manter o psicológico estável, já que o medo de contrair a doença é inevitável”, revela. A enfermeira não tem mais parentes em Brasília, apenas o marido e o filho de 3 anos. “A insegurança bateu várias vezes, mas em nenhum momento eu pensei em desistir. Eu vou continuar na linha de frente. Cuidar das pessoas é o que eu escolhi e é isso que vou fazer até o fim”.
A gerente de Enfermagem do HRSM, Kariny Beatriz Caiado Bonatti, 38 anos, também ocupa um cargo de gestão em plena pandemia. Ela lidera um grupo de aproximadamente 2 mil pessoas e acredita que o trabalho de assistência feito no hospital vem salvando vidas e promovendo saúde. “Saber que uma mulher faz parte da gestão de um dos maiores hospitais do Distrito Federal, é motivo de orgulho”, destaca. “Nós somos guerreiras”.
Com a nova onda do coronavírus, Kariny aproveita para reforçar o alerta: “Preserve a sua saúde para preservar a do outro, porque não há leitos para todos. Quanto menor a contaminação, mais vidas serão salvas”.
Com informações do Iges-DF
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