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HB realiza o primeiro transplante de 2021 no DF

A cirurgia durou cinco horas e envolveu mais de 10 profissionais | Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF   Vida nova para um paciente que, depoi...


A cirurgia durou cinco horas e envolveu mais de 10 profissionais | Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF

 Vida nova para um paciente que, depois de quatro anos de espera, recebeu um rim

Ano novo, vida nova. É assim que começa 2021 para um brasiliense de 50 anos, que, hoje (5), se tornou o primeiro paciente a ser submetido a um transplante no Distrito Federal neste ano. Ele ganhou um rim após uma delicada e complexa operação realizada por uma equipe médica do Hospital de Base (HB), unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).

A operação começou na manhã dessa segunda-feira (4), quando faleceu na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital um paciente de 51 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). A família foi consultada e autorizou a doação dos órgãos. O primeiro da lista de espera por órgãos era um homem de 50 anos, que aguardava por um rim há quatro anos. Definido o receptor, um aparato médico entrou em ação.

Às 10 horas de hoje (5), começou o transplante. Depois de cinco horas de operação, que envolveu mais de 10 profissionais, a cirurgia chegou ao fim. Mais uma vida salva. Foi o primeiro transplante de 2021 em toda a rede de saúde do DF. Trabalho realizado com total sucesso e muito comemorado pelos profissionais do Hospital de Base, entre eles o urologista Gilvan Furtado, que comandou a operação.

A médica Viviane Brandão, responsável técnica por transplantes de rim do HB, detalhou o procedimento. “Quando o paciente tem suspeita de morte encefálica, os profissionais consultam a família para autorizar a doação de órgãos”, explicou. “Com o óbito confirmado e a afirmativa dos parentes, é feito um exame de compatibilidade.”

O resultado de compatibilidade é enviado para a Central Estadual de Transplantes (CET) do DF, que organiza a lista com os potenciais receptores. “A gente segue rigorosamente a lista porque, quanto mais compatível, menor risco de rejeição”, esclareceu a médica.

Outros cuidados são tomados até que se defina pela cirurgia. “A gente nunca sabe quando um transplante vai acontecer”, ressalta a médica. “O procedimento pode demorar pouco ou muito tempo. A lista não é seguida por ordem, mas sim por compatibilidade, como a tipagem sanguínea.”

Obedecidos todos os protocolos, o transplante pôde, enfim, ser realizado. Agora, as atenções se voltam para os cuidados que o paciente terá que adotar para evitar a rejeição do rim e tocar sua nova vida. “Ele tem que tomar os imunossupressores para o resto da vida, porque o organismo entende que aquele órgão é um corpo estranho”, alerta Viviane.

O primeiro ano do transplante é o mais complexo devido ao risco de infecções e de complicações da cirurgia, segundo a médica. “Depois disso, a evolução começa a melhorar”, completa. “Mas a gente sempre explica que o transplante não é a cura e, sim, outra forma de substituir a função do rim. De todos os procedimentos, ele é o que dá maior qualidade de vida ao paciente.”

Os pacientes que aguardam os órgãos ficam numa lista de espera controlada pela Central de Transplante do Distrito Federal | Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF

Transplantes no HB

O Hospital de Base é especializado em transplantes de córneas e rins no Distrito Federal. Em 2020, apesar das dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus, o HB realizou 62 transplantes desses órgãos, todos bem-sucedidos.

Cada procedimento requer cuidados específicos, conforme Viviane Brandão. No caso do transplante de rim, são priorizados pacientes com doenças renais crônicas avançadas. O procedimento é feito apenas após avaliação de um nefrologista, baseada em exames como de sangue, urina e imagem do paciente que receberá o órgão.

Os pacientes que aguardam os órgãos ficam numa lista de espera controlada pela Central de Transplante do Distrito Federal. Quando surge o órgão, o paciente é selecionado. Vários testes são feitos para confirmar que ele pode receber o órgão. Aprovado, o transplante é então realizado. E aí começa outra batalha: a luta para que o paciente possa viver sua nova vida.

Com informações do Iges-DF

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