Serviços assistenciais prestados pelos centros de referência mais de dobraram em 2020 e atenderam mais de 45 mil famílias. Aos 42 anos, o br...
Serviços assistenciais prestados pelos centros de referência mais de dobraram em 2020 e atenderam mais de 45 mil famílias.
Aos 42 anos, o brasiliense Alan Moreira trocou a vida nas ruas pela arte. Deixou a marginalidade, a situação de risco diária, para fazer valer a vontade de mudar sua trajetória. Assim como em várias histórias contadas de superação, o artesão Alan renasceu.
E foi pelas mãos do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas) de Planaltina, órgão da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Foram quase oito anos em situação de rua, perambulando por Planaltina, Arniqueira, Plano Piloto e até Goiânia. Deixou para trás a família, uma moradia em Planaltina de Goiás. Se envolveu com drogas, álcool, e chegou a ser preso. Um longo período sem perspectivas.
“Passei uma fase na minha vida que não desejo nem pro meu pior inimigo. Vi cada coisa acontecer, conhecidos morrerem no crime. Mas, graças a Deus, isso acabou em 2019”, revela. “O pessoal do serviço de abordagem de rua me ‘encontrou’, fui levado ao Creas. E eles são os responsáveis pela nova vida que levo. Setenta por cento foram eles, e o restante esforço meu”, completa.
No centro de referência, Alan recebeu atendimento especializado da equipe de assistentes sociais e psicólogos. Teve acesso a benefícios socioassistenciais (Bolsa Família, auxílio excepcional, programa Prato Cheio). E, nas consultas, foi estimulado aos poucos a resgatar um dom adormecido: a arte em decoupage. Ele voltou a decorar caixas, porta-joias, telhas e outros objetos.
Cuidados oferecidos pela equipe
“O pessoal tá gostando do material, viu? E na semana que vem vou tirar a carteirinha de artesão e a administração regional vai verificar um ponto pra eu expor”, comemora o rapaz. A equipe do Creas, por sinal, fornece parte do material usado por ele para compor a galeria.
Um cuidado levado adiante por Rosalva Aparecida, gerente da unidade de Planaltina, e os demais servidores. E que, segundo ela, um motivo de alegria enorme. “Não tenho dúvida que o atendimento especializado resgatou a autoestima dele, fez o Alan se reencontrar. Descobrimos que ele poderia retomar o artesanato, algo que sempre amou. Foi uma grande vitória”, alegra-se Rosalva.
Além disso, o “novo” artesão passou a morar de aluguel em Planaltina, com o dinheiro recebido do auxílio excepcional e um pequeno valor que já recebe com a venda de suas peças.
Laços Familiares
Assim como no caso de Alan, 11 centros de referência espalhados pelo DF realizam trabalho de acolhimento e assistência a pessoas em situação de violência e com violação de direitos. O primeiro passo dado pelo Creas é apoiar a família no reconhecimento do cenário de violência e suas implicações.
“Os servidores atuam diretamente na reconstrução dos laços familiares. Um trabalho que busca resgatar o convívio social, de forma a desenvolver as ações intersetoriais”, explica a secretária de desenvolvimento social, Mayara Noronha Rocha.
Em seguida, é trabalhado o fortalecimento da capacidade das pessoas de enfrentar a crise que a situação provoca. Nas unidades, a família também se cadastra para acessar programas de transferência de renda, segurança alimentar, além dos benefícios assistenciais.
E, a procura pelos Creas só cresce em todo o Distrito Federal: em 2019, foram 20.802 famílias atendidas. Em 2020, esse número saltou para 45.710, somados os atendimentos presenciais e on-line – que começaram em março devido à pandemia. Para 2021, está prevista a inauguração de mais um centro em São Sebastião ainda no primeiro semestre.
Mais Unidades
“A meta é ampliar a estrutura de atendimento, com a criação de três novos centros para ampliar a cobertura desse importante serviço à população”, pontua o diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes, Felipe Areda.
“Hoje os Creas se tornaram referência no DF. As famílias buscam espontaneamente nossas unidades, além dos encaminhamentos recebidos pela rede de assistência”, emenda.
Confira aqui o endereço das unidades e do Creas Diversidade voltado para atender especificamente situações de discriminação por orientação sexual, raça, etnia, entre outros.
Fonte Agência Brasília
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